A ponte Alves Lima que faz a ligação entre Ribeirão Claro (PR) e Chavantes (SP) é uma das três pontes pênseis construídas no Brasil. As mais famosas são: Hercílio Luz em Florianópolis e a mais antiga (inaugurada em 1914), situada em São Vicente-SP.
A construção de uma ponte ligando Ribeirão Claro a Chavantes ocorreu no início dos anos 20, tendo à frente Manoel Antônio Alves Lima, proprietário da fazenda Monte Claro, localizada nas proximidades e à margem esquerda do rio Paranapanema. Com auxílio financeiro do município de Ribeirão Claro, a ponte foi construída dentro dos planos de ligar essa cidade com a Estação Chavantes da Estrada de Ferro Sorocabana. Embora seja mais conhecida como “Ponte Pênsil de Chavantes”, sua denominação oficial é Ponte Alves Lima, em homenagem ao seu construtor.
A ponte foi destruída 3 vezes, vítima de três fatalidades. Sua importância estratégica fez com que ela fosse abatida nas duas primeiras, tendo sucumbido pela terceira vez devido às forças da natureza. Foi destruída pela primeira vez em 1924, durante a Revolução Paulista, quando as tropas do capitão Alberto Costa invadiram a cidade de Chavantes. Terminado o conflito, as obras de reconstrução foram iniciadas, terminando em 1928.
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, novo confronto armado destruiu a “ponte da esperança”, desta vez com dinamite. Tropas gaúchas ficaram aquarteladas em Ribeirão Claro, requisitando alimentos da população. Pessoas como Manoel Pereira Garrido, dono de uma padaria, armazém e posto de gasolina, chegavam à falência, pois eram obrigados a prover a manutenção dos invasores. Forçados pelos gaúchos, os revolucionários paulistas recuaram e dinamitaram a ponte para impedir a passagem dos sulistas. O governo paulista só veio a reerguê-la em 1936. A terceira tragédia aconteceu em junho de 1983, vitimada pela maior enchente de que se tem notícia na região. Mas ela foi recuperada dois anos depois.
Na realidade ela é uma ponte mista: dos seus 164 m, apenas 82,5 m formam a parte pênsil, com 4,10 m de largura e 2,88 m livres na altura, o que só permite a passagem de veículos de pequeno porte. Uma placa, gravada em letras de chumbo, ilustra bem a trajetória histórica da única ponte pênsil do Paraná: “Em 1924 e 1932 revoluções armadas destruíram esta ponte. Em 1983 uma grande enchente a destruiu. Toda vez que um mal destruir um bem ele será reconstruído, para que não morra no coração dos homens a esperança. Jovens de Chavantes, 1985.”
Para o coroamento de sua história, através da resolução n.º 65, de 2/3/85 a ponte foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo e também tombada pelo patrimônio histórico do Paraná.
A ponte foi um dos cenários escolhidos pelo cineasta paranaense Elói Pires Ferreira para o filme "O Sal da Terra", que conta a história de um padre que viaja o Brasil de caminhão para fazer suas pregações.
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