Recordo aquele momento.
Era um começo de tarde.
Fazia frio, um friozinho gostoso.
Estacionei o carro à beira da estrada.
A paisagem estonteante me fez parar para reparar.
Num daqueles momentos,
Que a gente quer transformar minutos em horas.
Quis que o presente se perpetuasse.
Desci do carro e comecei a perceber o silêncio.
Um longo momento de silêncio absoluto.
Enfiado entre as montanhas dos Andes.
Vi lá no alto, entre o azul do céu uma pequena nuvem.
O ar rarefeito dizia que eu deveria respirar pausadamente.
O êxtase tomou conta de minha alma.
Meu corpo estava li, o espírito não sei.
Eu não queria sair Dalí.
Olhando para a esquerda,
A neve fazia moldura àquele quadro magnífico.
Gigante como só a natureza é capaz.
À minha direita, num olhar fotográfico, um novo quadro.
Vários matizes, várias formas.
A cada instante, novas cores.
Sombras surgem e desaparecem.
Numa clara mensagem ao sol:
“Você nunca conseguirá me encontrar!”
Rui M. Carneiro
Um comentário:
Cara, você tava muito inspirado nesse dia, hem?
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