quarta-feira, 11 de junho de 2008

Paraná - A BELA ADORMECIDA DO PARANÁ



Essa foi a manchete de matéria publicada na revista “O Cruzeiro”, de 26 de março de 1960. Leci Susana Garcia era professora de acordeom e normalista. Bonita, alegre, dançava, namorava, gostava de equitação, era uma pessoa normal. O drama de Leci começou no final de 1957, então com 17 anos, natural de Londrina, Paraná, quando contraiu uma gripe, queixou-se de sonolência e caiu no maior sono de que se tem notícia. Quando a revista noticiou o caso, Leci dormia há mais de dois anos. Ela foi notícia em Londrina, no Brasil e no mundo. Médicos, religiosos e até para normais tentaram despertá-la de seu sono.

Foram quase cinco anos dormindo. Da gripe ao sono profundo, foi aproximadamente um mês e meio. Foi gradativamente perdendo movimentos, até entortar a face, ficar com a boca torta e dificuldade de falar, até entrar em coma. Um dos médicos constatou que era uma gripe asiática. Outro que era uma encefalite-a-vírus. “Ela foi para Curitiba e voltou bem ruim, desenganada, com 15 dias de vida”, relatou um parente. Passou a se alimentar com soro, já não comia.

Depois de tentar de todas as formas, com médicos, para normais - inclusive um guru indiano fez uma visita à Leci -, foram enviados exames aos maiores centros neurológicos da época: Rússia, Canadá, Estados Unidos e França. Nenhuma resposta esperançosa. Faleceu em 03.10.62.

Para a família que deu total dedicação à Leci, ela não morreu. Dormiu e nunca mais acordou.

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