sábado, 14 de fevereiro de 2009

Maués - Capital do Guaraná

Perdida na Amazônia, a cidade de Maués deu origem ao mais brasileiro dos refrigerantes e vive hoje graças ao grão que mais parece um olho.
Avaliado em cerca de US$ 2 bilhões por ano. É esse o gigantesco negócio que o guaraná gira, desde a produção do fruto até as vendas de refrigerantes. Maués, hoje com cerca de 41 mil habitantes, 270 quilômetros de Manaus, inspirou a Antarctica, em 1921, a inventar o refrigerante à base de guaraná, que virou um sinônimo de Brasil no exterior. Está conquistando consumidores em países como Portugal, Espanha, Porto Rico e Japão. Maués, cortada por mais de 12 rios, garante sozinha mais de 30% da produção brasileira do refrigerante. Considerada a cidade do guaraná, Maués é sinônimo de qualidade do produto. Não se discute o produto quando o selo é Maués. No século XVII, um missionário jesuíta registrou o uso do fruto vermelho pela tribo dos saterés-maués, os primeiros habitantes da região, dando conta de que a semente conferia a eles força e resistência.
A exemplo da coca-cola, o refrigerante criado pela Antarctica tem um segredo guardado a sete chaves, apenas duas pessoas conhecem o segredo do cofre onde está guardada a fórmula. A Bahia também é grande produtora da frutinha, mas é beneficiada industrialmente em maquinários modernos e sofisticados, enquanto em Maués o beneficiamento é feito quase artesanalmente em forno de barro, conservando a essência do produto final. É também largamente consumida em forma de pó, pelos efeitos afrodisíacos.
Fonte: Revista Época, de 04.08.2003

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