Nos anos 50 do Século passado, um grupo de russos brancos, como são chamados, veio parar no Paraná, mais precisamente entre as cidades de Ponta Grossa e Palmeira e ali fundou a Colônia Santa Cruz, onde vivem mergulhados em suas tradições. Ortodoxos na religião, fugiram do comunismo russo, e de lá se espalharam pelo mundo para paises como Canadá, EUA, Bolívia e Brasil. Elas, "as penélopes" se casam depois de um breve namoro, quase sempre com rapazes da mesma comunidade, assim mantendo um traço da tradição. Tradição, aliás, é o que determina o destino deles, desde a vestimenta até o lazer. As mulheres, desde pequenas se vestem com longos vestidos, descendo até os pés, com mangas longas e fechados até o pescoço, sempre com uma faixa na cintura. Usam cabelos longos, presos em uma trança, as solteiras, porque as casadas fazem duas tranças e podem amarrar um lenço sobre a cabeça, formando um conjunto de rara beleza.
Já os homens, desde cedo usam um camisolão, de cor única, com mangas compridas e fechadas até o pescoço. Na cintura amarram uma fita de cor diferente da camisa. Nunca cortam a barba. Todos se mantêm fieis às tradições do trabalho no campo, mas com um pé no progresso. Não é raro vê-los praticando negócios na cidade, em bancos e em casas comerciais. Nomes como Yukanow, Evdoquia, Nikita e Agafia, o uso da linguagem russa, a vestimenta tradicional, religião cristã ortodoxa, cabelos longos e a primeira refeição do dia reforçada por carne e legumes, fazem dessa comunidade um mundo completo, recheado de mistérios.
Um comentário:
Lembro quando criança de vê-los trafegando em suas carroças rumo ao moinho em Palmeira. Tinha uma imensa curiosidade a respeito deles e também medo.Gostei da postagem
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