quinta-feira, 2 de outubro de 2008

COINCIDÊNCIAS EXISTEM

Sou fã incondicional de Zé Ramalho, e descobri uma ligação cósmica entre nós.

1- A revista Rolling Stone de setembro/08 trouxe uma reportagem sobre o disco mais caro do Brasil, trata-se do vinil “Paêbirú” de Lula Côrtes e Zé Ramalho que está avaliado em R$ 4 mil e traz na capa a foto dos artistas no sitio arqueológico da Pedra do Ingá, no município paraibano de Ingá do Bacamarte.

A prensagem de Paêbirú foi única: 1.300 cópias. Mil delas, literalmente, foram por água abaixo depois de uma enchente. A calamidade levou junto a fita master do disco para que a tragédia ficasse quase completa. Milagrosamente a salvos ficaram somente 300 exemplares.

2- Segundo consta nas memórias de atentos sertanejos, a cabocla Maria do Ingá, singular em sua beleza estonteante, era natural da cidade de Ingá do Bacamarte, no agreste paraibano. Após uma seca, provavelmente em 1848, ela migrou para a cidade de Pombal. A beleza da jovem despertou paixões desenfreadas em um caboclo, do qual a tradição oral não ousou declinar o nome para que a bela Maria do Ingá protagonizasse carinhosamente a mais comovente estória sertaneja.

Maria do Ingá já era imortalizada pelo sertão que tanto a admirou quando um jovem médico, no ano de 1932, marco do recrudescimento de uma das maiores secas que o nordeste já viu, entrou em contato com Ruy Carneiro, oficial de gabinete de José Américo de Almeida, Ministro de Viação e Obras Públicas do governo de Getúlio Vargas. O destino se encarregou dos fatos, colocando frente a frente o Dr. Joubert Gontijo de Carvalho e o futuro senador Ruy Carneiro. O médico e compositor mineiro, por sua vez, pleiteava um cargo no Ministério de Viação e Obras Públicas quando o pombalense Ruy Carneiro ativou a sua veia poética, pedindo-lhe para musicar a terra do Ministro José Américo. No ato, Joubert de Carvalho achou extraordinária a idéia de se musicar a trajetória da sensual cabocla que abalou o interior paraibano. Mas achou também que Maria do Ingá não soava adequadamente, tendo de imediato intitulado a canção com a união do nome da cabocla com o seu local de origem. Surgiu assim Maringá, a mais bela ode ao sertão sofrido com as secas.

A música Maringá tornou-se o hino sertanejo por excelência e era cantada sem cessar pelos trabalhadores nordestinos que migraram para o Centro-Sul a fim de escapar das secas do nordeste. O esforço dessa gente foi decisivo na construção de várias cidades que surgiam, principalmente no Paraná, onde estavam brotando cidades planejadas. Assim nasceu a cidade de Maringá.

3- A pujante cidade de Maringá foi criada em 1951 e consta que a instalação do município se deu em 14 de dezembro de 1952 (dia em que nasci). A instalação da Comarca de Maringá se deu em 09 de março de 1954 (dia em que minha esposa nasceu).

4- Hoje vivemos em Maringá e estamos tentando entender que raios de energia cósmica nos atraiu pra cá.

Ruy Carneiro, ex-senador pela Paraíba também trabalhou no Banco do Brasil.

Zé Ramalho fazia um show no exato dia em que eu passava pela cidade de Estiva-MG, enquanto fazia o Caminho da Fé. Assisti emocionado.

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