terça-feira, 17 de março de 2009

DIÓGENES, um filósofo

Diógenes de Sínope, (413 a.C) vivia em Sinop, hoje na Turquia, talvez o maior representante do Cinismo. Essa escola filosófica foi fundada por Antístenes de Atenas, que fora discípulo de Sócrates e mestre de Diógenes.
Segundo a lenda, a morte de Diógenes ocorreu no mesmo dia em que Alexandre, o Grande, morreu na Babilônia. Outra lenda conta que Sócrates morreu no dia em que Diógenes nasceu.
Segundo a tradição, Diógenes vivia a perambular pelas ruas na mais completa miséria até que um dia foi aprisionado por piratas para, posteriormente, ser vendido como escravo. Um homem com boa educação chamado Xeníades o comprou. Logo ele pôde constatar a inteligência de seu novo escravo e lhe confiou tanto a gerência de seus bens quanto a educação de seus filhos.
Diógenes levou ao extremo os preceitos cínicos de seu mestre Antístenes. Foi o exemplo vivo que perpetuou a indiferença cínica perante o mundo. Desprezava a opinião pública e parece ter vivido em um barril. Seus únicos bens eram um alforje, um bastão e uma tigela (que simbolizavam o desapego e auto-suficiência perante o mundo) e era conhecido como o filósofo que vivia como um cão.
A felicidade - entendida como autodomínio e liberdade - era a verdadeira realização de uma vida. Sua filosofia combatia o prazer, o desejo e a luxúria pois isto impedia a auto-suficiência. A virtude - como em Aristóteles - deveria ser praticada e isto era mais importante que teorias sobre a virtude.
Diógenes é tido como o primeiro homem a afirmar, "Sou uma criatura do mundo, e não de um estado ou uma cidade particular", manifestando assim um cosmopolitismo raro em seu tempo.
Provavelmente, Diógenes foi o mais folclórico dos filósofos. São inúmeras as histórias que se contavam sobre ele já na Antigüidade. É famosa, por exemplo, a história de que ele saía em plena luz do dia com uma lanterna acesa procurando por homens verdadeiros (ou seja, homens auto-suficientes e virtuosos). Igualmente famosa é sua história com Alexandre, o Grande, que, ao encontrá-lo, ter-lhe-ia perguntado o que poderia fazer por ele. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre fazia-lhe sombra. Diógenes, então, olhando para o Sol, disse: "Não me tires o que não me podes dar!". Essa resposta impressionou vivamente Alexandre, que, na volta, ouvindo seus oficiais zombarem de Diógenes, disse: "Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes." Há uma, de que um dia Diogenes foi visto pedindo esmola à uma estátua. Perguntaram-no o motivo de tal conduta e ele respondeu "por dois motivos: primeiro é que ela é cega e não me vê, e segundo é que eu me acostumo a não receber algo de alguém e nem depender de alguém."
É em parte por causa de seu comportamento escandaloso, que os escritos de Diógenes caíram no quase total esquecimento.
Por muitas destas razões Diógenes de Sínope é considerado um precursor do Anarquismo no período clássico.

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