sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Comunidade YUBA

Uma das mais bem-sucedidas experiências de vida comunitária no Brasil, localizada no Município de Mirandópolis-SP, a Associação Comunidade Yuba, inspirada em Rousseau, Marx, na Bíblia e nos kibutzim israelenses, dedica-se a plantar sonhos e colher arte. Quando não estão cultivando a terra, os 70 moradores dessa comunidade dedicam-se à dança, à música, ao teatro, à literatura e à pintura.

A filosofia da comunidade foi elaborada por Isamu Yuba (1906-1976), imigrante japonês, que fundou a colônia em 1935. Na fazenda Yuba as crianças aprendem que cultivar a arte é tão importante quanto o trabalho na roça.

A historia dessa comunidade remonta ao Japão em 1890, mas vamos aqui resumí-la aos principais conceitos. "A mentalidade é trabalho, reza e arte", "Sozinho não dá pra fazer nada", "Na comunidade dá para gente viver feliz", "Aqui temos tudo o que se precisa para ser feliz". Frazes repletas de esperança são repetidas e assim dá para se ter uma idéia da realidade da vida comunitária de Yuba.

Na comunidade o japonês é a língua oficial. Na biblioteca da comunidade, as crianças aprendem cedo os hábitos e os costumes da cultura oriental.

O som do berrante avisa quem está no campo que a comida está pronta. Antes de servir, o silêncio para a oração, um dos pilares da filosofia Yuba. Muitos aqui são evangélicos, como era o fundador. Mas, na comunidade não há nenhum templo, nem religião oficial.

A filosofia de Issamu Yuba é aberta. Uns chegam e ficam, outros saem, Ninguém tem uma função fixa. Eles trabalham num sistema de rodízio para que todos possam aprender um pouco de cada atividade. As pessoas trabalham sem salário, mas todos têm casa, comida e assistência médica garantidas. Ninguém recebe ordens. Não há muros, nem portões, a única barreira é o idioma.

"A sensação é a de ter atracado na mítica ilha de Utopia, idealizada no século 16, pelo ingles Thomas More." Diz a repórter Lucille Kanzawa, na publicação "Lavrando Arte", da revista Terra, nº 152.

Trabalho. Oração. Arte. O tripé que sustenta a relação desses agricultores é apenas um modo diferente de viver. Um jeito comunitário, no qual a aridez das dificuldades diárias convive com a manifestação artística no palco.

2 comentários:

Lucille Kanzawa disse...

Olá Rui,

Sou a autora da matéria sobre a Comunidade Yuba publicada na revista TERRA. Fiquei curiosa pra saber como vc acessou meu texto. Por acaso vc tem a revista ou foi pela internet?

Abs,
Lucille Kanzawa
lucilleka@uol.com.br

Sandra Gonçalves disse...

Oi Rui,
Uma coisa eu gosto de passar por aqui, é que sempre encontro algo interessante a conhecer, e sou uma ávida comedora de conhecimentos. Esse teu texto agora me fez lembrar de uma reportagem não lembro bem se foi na Globo News falando sobre os emigrantes japoneses quando da celebração dos 100 anos, o no Globo Rual, e creio ser esta Comunidade, pois a descrição fala exatamente dessa relação com a terra, religião e com o trabalho, levando-se em consideração a manutenção da cultura japonesa, O que mais me fez pensar e sorrir foi sobre ser como um lugar de passagem e aprendizagem.

Muito legal mesmo.
Beijos
San