segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Consciência Socrática




Durante nossa existência procuramos sentido para nossa vida. Reclamamos de fracassos e fraquezas. Passamos a vida toda tentando descobrir mistérios. Criamos complicadores e depois queremos saber por que não temos tempo. O pior é que questionamos o comportamento do nosso semelhante.
Sócrates, um filósofo grego que viveu séculos antes de Cristo, defendia uma teoria especulativa, baseada na sua própria vida, dizendo “conhece-te a ti mesmo e serás imortal”.
Aos setenta e tantos anos foi condenado à morte, embora inocente.
Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, seus amigos e discípulos moviam céu e terra para preservá-lo da morte.
O filósofo, porém não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranquilidade, e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortal.
Na véspera da execução, seus amigos conseguiram subornar o carcereiro, que abriu a porta da prisão.
Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:
- Foge Sócrates!
- Fugir, por quê? Perguntou o preso.
- Ora, não sabes que amanhã vão te matar?
- Matar-me? A mim? Ninguém pode me matar!
- Vamos mestre, foge, senão amanhã terás que beber cicuta mortal.
- Meu caro amigo Críton, que mau filósofo és tu, pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim... Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:
- Críton, tu achas que isto aqui é Sócrates?
E batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou:
- Achas que isto aqui é Sócrates?
Pois é isso que eles vão matar, este invólucro material, mas não a mim. EU SOU MINHA ALMA. Ninguém pode matar Sócrates!
E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre.
No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços:
- Sócrates, onde queres que te enterremos?
Ao que o filósofo, semi-consciente, murmurou:
- Já te disse amigo, ninguém pode enterrar Sócrates. Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes. Não sou eu, EU SOU MINHA ALMA!
E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o segredo da felicidade, que nem a morte pode lhe roubar. Ele conhecia a si mesmo!
Nós só morremos, quando somos simplesmente esquecidos.
Texto adaptado de Uberto Rhodes/christiana2006.spaces.live.com

3 comentários:

Maria Dias disse...

Oi tudo bem?Nossa q aprendizado este viu?Sócrates era vivo e continua vivo e isso mostra a sua tese(só morremos quando esquecidos).Se não se importar,se não se opor...Eu posso colocar este texto em meu Avesso?Um texto tão bom q vale ser passado de blog em blog pois é sim um aprendizado.

Aguardo teu consentimento viu?

Beijos

Maria

Rui Morel disse...

Olá Maria, é claro que você pode utilizar este texto, mesmo porque já é adaptado.
Aqui você tem direitos adquiridos.
Abraços.

Maria Dias disse...

Obrigadaaaaaa!!!