segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RECORDAÇÃO

Recordo aquele dia.

Recordo aquele momento.

Era um começo de tarde.

Fazia frio, um friozinho gostoso.

Estacionei o carro à beira da estrada.

A paisagem estonteante me fez parar para reparar.

Num daqueles momentos,

Que a gente quer transformar minutos em horas.

Quis que o presente se perpetuasse.

Desci do carro e comecei a perceber o silêncio.

Um longo momento de silêncio absoluto.

Enfiado entre as montanhas dos Andes.

Vi lá no alto, entre o azul do céu uma pequena nuvem.

O ar rarefeito dizia que eu deveria respirar pausadamente.

O êxtase tomou conta de minha alma.

Meu corpo estava li, o espírito não sei.

Eu não queria sair Dalí.

Olhando para a esquerda,

A neve fazia moldura àquele quadro magnífico.

Gigante como só a natureza é capaz.

À minha direita, num olhar fotográfico, um novo quadro.

Vários matizes, várias formas.

A cada instante, novas cores.

Sombras surgem e desaparecem.

Numa clara mensagem ao sol:

“Você nunca conseguirá me encontrar!”

Rui M. Carneiro

Um comentário:

Arion disse...

Cara, você tava muito inspirado nesse dia, hem?