sábado, 22 de novembro de 2008

Frans Krajcberg

Artista polonês, radicado no Brasil, mais precisamente na mata atlântica, em Nova Viçosa, sul da Bahia, onde vive em uma casa construída sobre um tronco de árvore. (Na foto à esquerda, Frans em Nova Viçosa e à direita o Espaço Frans Krajcberg no Jardim Botânico em Curitiba).

Depois de sentir na pele os horrores da segunda guerra mundial, quando lutou no exército contra a Alemanha nazista e ao descobrir que sua família havia sido dizimada, morou em Paris e por convite de um amigo veio visitar o Brasil. Aqui no Paraná, conseguiu trabalho em uma indústria de papel, e por ironia do destino foi justamente esse o fato que mudou radicalmente seu modo de vida. Começou prestar atenção no sistema adotado pelos agricultores que queimam a mata para plantar alimentos. Percebeu que as árvores retorcidas tinham aparência de corpos mutilados pela guerra. Desde então se aproveita dos mesmos restos mortais de árvores queimadas para, transformando em arte, mostrar ao mundo os malefícios dessa devastação. Com uma sensibilidade privilegiada, aliou arte à denúncia. Quer que o mundo saiba que a devastação da floresta precisa ter um fim, e para isso (hoje com 87 anos) trabalha incansavelmente recolhendo troncos de árvores queimadas pelo Brasil todo e transformando-os em esculturas.


Parece que seu trabalho está encontrando eco, pois no Jardim Botânico em Curitiba há um espaço dedicado à sua obra. O governo da Bahia está apoiando a construção de um museu dedicado ao seu trabalho. Está em estudo um projeto de construção de um espaço no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e outro no Parque Ibirapuera em São Paulo, além de que suas obras já viajaram o mundo denunciando queimadas e conscientizando a população.

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