sábado, 6 de março de 2010

A VIDA ESTÁ NO MEIO

Você já parou para pensar que a vida está no meio e não nas extremidades?
Damos um imenso valor ao que está nas extremidades, esquecendo dos intervalos. 
Festejamos quando nasce uma criança.
Sentimos e choramos quando um ente querido morre.
No primeiro dia de aula, a mãe arruma o filho, o prepara para enfrentar um mundo novo, o pai leva para a escola. É um acontecimento.
A criança espera pacientemente as férias. Passa as férias pensando na hora de retornar à escola e rever seus amigos. 
A formatura é um acontecimento há muito esperado. É uma conquista. 
A preparação para o vestibular é um inferno, mas o vestibular, esse sim é um evento, uma marca a ser atingida. Passar no vestibular é o que interessa. 
Quatro ou cinco anos estudando, mas o importante é a formatura. 
Um longo tempo de namoro, mas o importante é a cerimônia do casamento. 
Passar no concurso para o primeiro emprego é outra epopéia (cursinhos, tentativas e a aprovação). O primeiro dia de emprego ninguém esquece, mas uma vida de trabalho é comparada a um martírio, até a aposentadoria. Essa data é muito importante. Ninguém esquece essa data. Enfim a liberdade. 
As datas comemoráveis: aniversário, natal, ano novo...
Os gols. Ah os gols, esses sim valem a pena, eles são a razão do jogo.
E o interregno? O intervalo? O ínterim? O durante? O que acontece nesse meio é que é importante, mas só vai saber disso quem passou por tudo isso. Por essa razão é que dizem que os velhos são sábios. Outros dizem que os sábios não envelhecem. Estamos todos, em verdade, aprendendo. Mas eu continuo insistindo para que prestemos atenção mais aos meios e menos aos fins.

Um comentário:

Maria Dias disse...

Vou passar a prestar a atenção mais no meio...Neste meio q nunca prestamos a atenção.